Helena Armond
ALZIRA FRAGOSO resolve os espaços de sua tela usando cores quase que puras, em jogos feitos de massas, ângulos, linhas que fazem lembrar figuras humanas, numa despreocupação com formas humanas, objetivamente. Novas formas surgem e talvez o observador possa participar dessa jogo, achando ou não figuras, mas apreciando as formas.
Riscos poderão ser cabelos, ou não, e essa des(sensibilização) é uma agradável e intrigante forma nova.
De repente = resgate da memória, no tempo perdido no tempo, nos surge a morada, em linhas diluídas num vermelho apastelado no que poderia se chamar rosa. O verde entra de complementar em massa de volume menor e na intensidade exata dos valores vermelhos.
Essas formas fecham uma gestão que se transforma em discurso posterior.
Difícil ver um trabalho tão lavado e tão sofisticado ao mesmo tempo.
Uma nova pintura.
Di(fusão) da expressão e evocações plas(má)ticas...
Helena Armond
Escritora e artista plástica
São Paulo, maio de 1995